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Foto do escritorAlfena Global

Saudades do mar…


Já tinham passado sete meses desde a última vez que tinha visto o mar. Permitida que foi a circulação entre concelhos, mais do que visitar pessoas ou fazer compras, o que ainda envolvia e envolve riscos que não pretenderia correr, apeteceu-me ir ver o mar…


O dia estava lindo, luminoso, com uma temperatura muito agradável. Não hesitei. Depois do trabalho, sem permitir que nada interferisse no meu destino, troquei o caminho de casa pelos cerca de 20 quilómetros que me levaram até à beira do mar.


Aí chegada, perante as alternativas de uma caminhada pela areia ou pelo passeio à beira mar, detive-me, longo tempo, sentada no paredão, quase imóvel, contemplando o mar e o céu que à minha frente, lá longe, se tocavam numa perfeita harmonia de cores e de brilho naquele final de tarde.


A imensidão da água marcada apenas por um pequeno ponto que denunciava a presença de um barco de grande porte e o céu azul onde vagueavam escassos pedacinhos de nuvens brancas, iluminadas pelo sol que ainda estava alto, compunham diante dos meus olhos um cenário de paz onde, de repente, tudo estava, afinal, no seu devido lugar.


Demorei-me por ali umas horas, sem tempo e sem pressa para regressar a casa. Passavam uns e outros, sozinhos ou acompanhados, com máscara ou sem ela, em modo apropriado ou improvisado para a caminhada ou a prática de algum exercício, mas todos com a mesma pressa de vencerem a distância a que se propunham, enquanto cuidavam da forma física que o inverno e o confinamento tinham desleixado.


A mim bastou-me, simplesmente, estar perto, sentir a brisa, descansar o olhar e ficar…


Enquanto a tarde ia caindo, o céu mudava de tom e a luz dourada do sol parecia estender sobre a água do mar uma linda passadeira de brilho, a perder de vista.


A força das ondas e a paz daquele imenso mar, a beleza do entardecer ao som de uma ou outra gaivota que sobrevoavam a praia, eram tudo o que me bastava para me sentir reconfortada no final de um dia de trabalho agitado.


Inevitável!


Assim que o sol tocou a linha do horizonte, preparei-me para registar o momento e em menos de nada, diante de mim, escondeu-se no mar.


Rápido, mas belíssimo também, o pôr do sol naquele dia!


Senti-me uma privilegiada por finalmente ter tido a oportunidade de ir até à beira do mar num dia lindo e perfeito para amenizar as saudades de tanto tempo sem o ver.


Ao anoitecer regressei então a casa, de coração cheio.


Afinal, às vezes, é mesmo em pequenas coisas, momentos de sossego e de contemplação como estes, que encontramos motivos para nos sentirmos felizes e especiais.


Maria Luísa Barreto

Diretora do IEFP | Centro de Emprego de Valongo

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