Vacinação nas escolas adiada uma semana
Portugal suspendeu a administração da vacina da AstraZeneca em pessoas com menos de 60 anos. Dessa forma, a vacinação do pessoal docente e não docente agendada para o fim de semana foi adiada uma semana.
O anúncio foi feito, esta quinta-feira, pelas autoridades de saúde, numa conferência de imprensa, na sede do Infarmed, que contou com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, do coordenador da task force do plano de vacinação, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, e do presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), Rui Ivo.
“A Direção-Geral da Saúde recomenda, até estar disponível informação adicional, a administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos. O plano de vacinação é ajustado para garantir que todas as pessoas são vacinadas com a vacina que protege”, afirmou Graça Freitas.
A diretora-geral de saúde pediu, ainda, tranquilidade às pessoas que já receberam a primeira dose da vacina, garantindo que as reações adversas que foram notificadas são “extremamente raras”.
Contudo, “nos 7 a 14 dias após a administração da vacina, devem estar atentas a sintomas como dores de cabeça persistentes, hematomas, manchas vermelhas na pele e sintomias semelhantes a um a AVC. Nestes casos, devem contactar de imediato o médico”, acrescentou Graça Freitas.
De acordo com o presidente do Infarmed, em Portugal registaram-se dois casos de eventos tromboembólicos depois da vacinação, um deles após a vacina da AstraZeneca e outro depois de outra vacina. “Nenhum dos casos resultou em morte”. Rui Ivo explicou também que estes casos podem relacionar-se com os que ocorreram noutros países da Europa, mas não são exatamente iguais.
Por causa da suspensão, anunciou o coordenador da task force para a vacinação, a vacinação de docentes e não docentes que ia decorrer este fim de semana, vai ser adiada uma semana. “Vamos adiar uma semana a vacinação dos docentes e não docentes, que serão vacinados não neste fim de semana, mas no outro, com as vacinas que forem apropriadas, seguindo a recomendação que acabou de ser emitida”, garantiu o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
O responsável acrescentou, ainda que “não vai haver nenhum impacto além disto. As vacinas são suficientes para continuarmos o nosso plano”.
Portugal segue assim as restrições à vacina da AstraZeneca já anunciada, pelo menos por 10 países, que já restringiram o uso desta vacina na população abaixo dos 60 anos.
As decisões dos diferentes países foram surgindo na sequência do anúncio da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que assumiu a existência de uma ligação entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos em pessoas com menos de 60 anos.
Apesar disso, a EMA considera que “os benefícios são superiores aos riscos” e mantém a recomendação da vacina para todos, “sem qualquer limitação”.
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